sexta-feira, setembro 23, 2011

Porto Alegre 360 Graus

Uma foto muito legal de Porto Alegre foi divulgado pela construtora Arquisul, para lançar o seu empreendimento imobiliário na Terceira Perimetral.

quarta-feira, setembro 21, 2011

ANPEC 2011

Esses dias, a ANPEC divulgou a lista de artigos selecionados para o seu encontro anual, a ser realizado em dezembro.

Meu artigo empírico da dissertação de mestrado "Ciclos Econômicos e a Composição da Pobreza no Brasil: Uma Análise para as Décadas Recentes" está presente. Fico muito feliz em ter um trabalho aceito para o principal congresso de economia do Brasil!

O Lado Macroeconômico da Primavera Árabe



Tunísia, Egito, Sudão, Síria, Yêmen e provavelmente a Líbia são alguns dos países cujo crescimento foi mais afetado pela crise de 2008-09. A fonte é o World Economic Outlook, do FMI.

domingo, setembro 18, 2011

O Aumento do IPI para os Automóveis Importados

O assunto recente mais comentado pelos economistas na última semana é a elevação em 28% do IPI sobre carros produzidos fora do Mercosul. Os resultados esperados por esse tipo de política são conhecidos por todos os iniciados em teoria econômica: no curto prazo, elevação de preços ao consumidor; no longo prazo, a barreira à entrada de novas firmas no mercado interno (devido à exigência de que 65% das peças sejam produzidas em território nacional) reduzirá a oferta de automóveis, inibindo a geração de empregos e diminuindo a competitividade internacional da indústria automotiva brasileira. Em resumo, haverá uma transferência de bem-estar do consumidor para as montadoras de carros instaladas no país.

Mas o que fez com que o governo tomasse essa medida? Acredito que seja a combinação de dois fatores: um de relacionado à economia política, e outro de natureza puramente fiscal.

Em primeiro lugar, as montadoras de automóveis no Brasil estão organizadas em uma associação, a ANFAVEA (Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores). Essa organização defende os seus interesses perante o governo, e como essas empresas são importantes para o financiamento de campanhas eleitorais, seu poder de barganha é alto. Ou seja, há aquilo que na economia política é chamado de rent-seeking, isto é, a captura das políticas de estado por grupos de interesse.

Em segundo lugar, todos sabemos que o processo orçamentário do Brasil é caótico. Parlamentares do Congresso têm o poder de redigir emendas no orçamento da União que extrapolam os planos de gastos e as metas fiscais estipuladas pelo Ministério da Fazenda. Por isso, há muito tempo o governo federal precisa aumentar impostos para manter o superávit primário dentro da meta, e evitar (mais) pressões inflacionárias. É sempre uma alíquota do IPI sendo reajustada para cima aqui, uma alíquota do IOF acolá. Como não vejo nenhuma solução para a ineficiência do Congresso brasileiro, a tendência é isso continuar acontecendo.

terça-feira, setembro 13, 2011

Resultado do ENEM

Nesses últimos dias, foi divulgado o resultado do exame ENEM 2010 das escolas brasileiras. O resultado final mostra o predomínio dos colégios do Rio de Janeiro e de Minas Gerais sobre os dos demais estados brasileiros. Além disso, alguns dos estados mais pobres do Brasil, como o Piauí, tiveram colégios muito bem posicionados. Os rankings de cada estado foram divulgados no site da Folha de São Paulo.

O segundo melhor colégio do Brasil é o Instituto Dom Barreto, de Teresina. É uma escola de muita tradição, sempre figura entre os melhores do país em qualquer ranking. Tive um colega de mestrado no Cedeplar-UFMG que fez o Ensino Médio nessa instituição. Depois disso, se graduou em engenharia pelo ITA e está trabalhando como analista do Banco Central.

A minha decepção foi o Rio Grande do Sul. Ainda que o resultado médio dos colégios gaúchos tenha ficado acima da média brasileira, o melhor colégio do meu estado de origem foi o Colégio Militar, que só ficou entre o 80 e o 90 nacional. Além disso, o interior predominou sobre a capital. A escola que frequentei desde o jardim-de-infância até o Ensino Médio, o Colégio Anchieta, foi o n. 53 do estado.

Essas características do ensino rio-grandense - qualidade acima da média nacional, mas sem instituições de ponta - é um tema que merece ser pensado com cuidado. Uma hipótese é uma cultura de displicência acadêmica que tomou conta dos estudantes rio-grandenses pelo menos desde os anos 90. Quando morei e estudei em Porto Alegre, tanto no Ensino Médio como na Universidade Federal conheci poucos colegas que realmente tomavam gosto pelo conhecimento, que estudavam porque queriam aprender novos temas. A grande maioria via a educação apenas como a busca de títulos, isto é, o importante era apenas se formar, e de preferência fazendo o mínimo esforço possível. Mais tarde, quando migrei para Minas Gerais, notei que o compromentimento dos alunos da UFMG com sua formação era muito diferente dos alunos da UFRGS.

Outra hipótese, mais econômica, teria a ver com a má situação do mercado de trabalho no estado. É sabido que muitos jovens recém-formados no Rio Grande do Sul têm que migrar para as capitais do Sudeste em busca de melhores alternativas de empregos. Talvez essa fator, e as baixas expectativas para o futuro, faz com que os agentes envolvidos no processo de educação (alunos, famílias, professores e dirigentes das instituições) não tenham incentivos para buscar melhorias, e se mantenham, como se diz na economia, em um equilíbrio de Nash sub-ótimo.

quinta-feira, setembro 08, 2011

Estados Brasileiros como Países

Segundo mapa divulgado pela The Economist, eu nasci no Gabão. Aos 22 anos, migrei para o Líbano não fugindo da fome, da guerra civil ou do vírus do ebola, mas em busca de oportunidades educacionais. Pós-graduado, fui ser consultor das Nações Unidas e professor universitário em Portugal. Há três meses atrás, fui convocado em um exame de seleção para trabalhar no Banco de Desenvolvimento da Rússia.

Essa história bem poderia dar um filme, ou descrever algo parecido com a biografia do Barrack Obama, mas é o resultado do estudo da Economist, que comparou os estados brasileiros com países equivalentes de acordo com o seu PIB, população e PIB per capita.

O resultado final do mapa do PIB per capita é o seguinte: os estados brasileiros mais ricos não são tão ricos assim internacionalmente. Equivalem aos países do leste europeu. Os estados mais pobres também não estão tão mal na foto, estão próximos aos demais países latino-americanos as nações do Oriente Médio. É claro que a base de comparação inclui países institucionalmente caóticos, mas que exportam petróleo, o que infla sua riqueza sem distribuí-la à população, como Gabão e Venezuela. Isso atrapalha um pouco a interpretação, mas não muda o padrão.

Para controlar o problema da distribuição de renda, assim como os efeitos da valorização do câmbio real, eu bem que queria ver um mapa desses para o índice de desenvolvimento humano (IDH).