sexta-feira, maio 21, 2010

Escassez de Capital Humano no Brasil

O Claudio Shikida e o Guilherme Gontijo publicaram no site OrdemLivre.org um excelente texto sobre a escassez de capital humano no Brasil.

Cito um trecho:

Os três atos nos dizem mais. Dizem que a sociedade está passando por um crescimento econômico significativo: os qualificados já estão empregados e os que mal sabem ler e escrever já arrumam empregos incompatíveis com seu grau de instrução. Sim, é melhor do que ver tanta gente na miséria. Mas se não há a preocupação com a melhoria do capital humano, a estagnação profissional não tardará a surgir. Teremos, por exemplo, recepcionistas de restaurantes de luxo que não sabem escrever corretamente o nome dos clientes.


Eu me impressiono com a dificuldade de uma teoria simples como a do capital humano se popularizar no Brasil. Mesmo entre a população com curso superior, o pensamento dominante ainda acredita que desenvolvimento econômico se faz com aumento quantitativo de gastos públicos, emissão de moeda e subsídio à produção de filmes.

Um comentário:

Emanoel Barros - Recife/PE disse...

Ricardo, o problema é que as expectativas dos agentes econômicos estão ainda otimistas em relação aos próximos anos. Enquanto a política fiscal impulsionou, em partes, o "notável" crescimento do PIB, os agentes econômicos, sobretudo as famílias, nunca experimentaram tamanho "ganho agregado" em suas rendas. Adaptando o jargão monetarista de "ilusão monetária" a esse contexto, poderiamos prever que tal cenário, gerada pelo crédito facilitado, estaria levando as famílias e as empresas a demandar ainda mais crédito para fazer faces a seus projetos, direcionando o governo, pouco a pouco, a implementar uma revisão em suas metas e estratégias de créditos na economia. Os novos-clássicos diriam que os agentes estariam maximizando suas escolhas e que teríamos mesmo assim um equilíbrio, salvo se essas expectativas fossem quebradas. Os Pós-keynesianos, com enfoque na endogeneidade monetária, mostrariam que a demanda (empresas e familias) pressiona a oferta de moeda e o Banco Central estaria, em parte, acomodando moeda às necessidades de crédito. Cada escola tem sua visão do mundo e, independente de todas essas combinações de "saladas e temperos econômicos", uma coisa é necessário frisar em relação também aos próximos anos: o freio precisa ser acionado e, se não o for, a inflação vai aumentar. Como fazer isso, se quebra-se expectativas, se utiliza política monetária ativa, etc..essa é a pergunta de todos e, claro, a parte mais interessante do jogo econômico... Vamos ver as cenas do próximo capíulo da economia brasileira e ver o que acontece...