quarta-feira, janeiro 30, 2008

Crescimento Econômico e Restrições na Balança de Pagamentos

Estou relativamente progredindo bem no meu artigo de Dados em Painel (cuja entrega foi adiada para o dia 11). Já fiz a revisão teórica (acho que foi grande demais, 14 páginas), abordando a história da inserção econômica latino-americana no comércio internacional, do PSI até a atualidade, e desenvolvi o modelo de Thirlwall & Mc Combie, de crescimento econômico sob restrições na balança de pagamentos.

O modelo de Thirlwall & Mc Combie (1994) é muito simples e intuitivo. Como todos os modelos macroeconômicos pós-keynesianos, assume que o crescimento econômico é liderado pela demanda agregada, e as expectativas dos agentes são exógenas. Assim, como crescimentos do produto no curto prazo tendem a elevar a demanda por importações, em economias abertas a demanda externa por exportações acaba sendo o único fator de crescimento que não provoca desequilíbrios comerciais. Ou seja, o crescimento econômico é explicado por equações de demanda nacional por importações e demanda internacional por exportações.

A noção de restrições na balança de pagamentos vem da teoria de desenvolvimento regional de Kaldor. Segundo esse autor, em uma economia, as regiões que exportam bens primários tem o seu crescimento limitado pela baixa elasticidade-renda de sua produção, ao passo que as regiões que exportam bens com mais tecnologia agregada não apresentam esse problema. Assim, quando a renda da economia como um todo cresce, a demanda por bens industrializados cresce proporcionalmente, mas a demanda por bens primários não. Por isso, regiões industrializadas tendem a crescer mais do que regiões agro-exportadoras. Thirlwall aplica essa teoria para o comércio internacional, apontando que os países exportadores de bens primários tendem, devido ao problema de baixa elasticidade-renda das exportações, a ter desequilíbrios comerciais constantes, os quais são corrigidos por políticas de contenção de demanda interna. Isso, para o autor, constrange a trajetória do crescimento econômico.

Já li aplicações desse modelo para o México, América Latina continental, Europa Oriental, América Central e estados brasileiros. No meu artigo, ou aplicar dados em painel para procurar efeitos fixos e aleatórios em cada país da América Latina (continental e Caribe) nos anos oitenta e na atualidade. Espero que tudo dê certo.

Agora, com Internet em Casa!!!

Aviso à todos que, aqui na minha república belorizontina, colocamos uma rede de internet. Agora, não tenho mais desculpas para não atualizar este blog com mais freqüência.

Espero que isso não tenha impactos desfavoráveis sobre meus trabalhos de dados em painel e econometria I.

PS. Hoje, tomei uma bela facada no bolso pelo conserto da minha máquina fotográfica. E isso que foi só um botão quebrado, nada de natureza eletrônica. É hora de lançar a campanha: "Se beber, não tire fotos!".

terça-feira, janeiro 22, 2008

BH News - De Novo

Já faz uma semana que estou de volta em BH. Estou sem internet em casa, a sede do Cedeplar no Centro já fechou, e o da Pampulha ainda não abriu. Estou dependente de lan-houses.

Na terça-feira passada fui, com o Rubens, conhecer o campus da UFMG na Pampulha. O lugar parece muito mais com o campus da PUC-RS do que com o Vale. Tudo é muito limpo, bem conservado e civilizado. O prédio da FACE novo, que engloba todos os cursos de Economia, Contábeis e Administração, é muito grande, e pintado de vermelho (muito reconhecível). Deu para ver que estava quase pronto, as obras consistiam em transporte de móveis e decoração de jardins. Contudo, não pude ver o prédio por dentro, já que fui barrado pelos porteiros. Acabei deixando meu trabalho de Metodologia da Economia, que eu tinha ido lá exatamente para entregar, com uma secretária, que depois passaria para o professor.

Mas o melhor é que o ônibus que eu pego entra dentro do campus, e para bem na frente do prédio. E, como o trânsito até a Pampulha é muuuuuuinto menor do que o até o Centro, minha viagem não dura mais do que 20 minutos. Tempo economizado, enfim.

Durante essa semana, fiz pouca coisa. Não reencontrei ninguém do Cedeplar, fora meus colegas de república (Rubens, Marla e Dinho). Aproveitei para matar a lista de exercícios de Avaliação de Políticas Sociais II. Agora só faltam três trabalhos para fazer.

Na sexta, fui renovar minha carteira de motorista. Uma semana antes, em Porto Alegre, fui parado em uma blitz da brigada, e tomei um xingão. Aqui em BH, fui para o Detran local às 9 da manhã, e esperei na fila até umas 10:30 até ser atendido. E deu problema: comprovante de residência em Porto Alegre não é válido em BH. Ou seja, tive que ir até um cartório e registrar o endereço da repúblico onde eu moro (mais meia hora de fila!). Depois, fui num Banco do Brasil e paguei cerca de 120 reais em taxas (43 reais só para resgistrar minha transferência de estado, muita sacanagem). Depois, fui fazer exame médico (mais uma hora na fila!). No início da tarde, ali pela uma hora, fui entregar no Detran a pilha de documentos que eu tinha tirado ao longo de todo dia. Aí implicaram com minha foto 3x4. Não podia estar com camisa branca! Tive que tirar fotos novas, e, antes disso, passei num barbeiro para tirar, a navalhadas, minha barba de uma semana (me cortou todo, e para não inflamar, o barbeiro jogou álcool médico na minha cara!). Depois, para tirar a foto, o fotógrafo me emprestou um paletó preto, que teria ficado muito bem em mim se eu já estivesse morto. A função só foi acabar às duas da tarde.

Ontem, fui levar minha máquina fotográfica para conserto da assistência técnica da HP. Tomei um caô histórico: o endereço que eles publicaram na internet era falso, e descobri que a HP não tem escritório em BH. Sexta-feira, vou mandar consertar em uma não-autorizada, mesmo. Meu bolso já sentiu o anúncio da facada...

Agora, vou me estressar com os trabalhos de Dados em Painel. Tenho até o dia 4 de fevereiro para entregar o artigo da lei de Thirwall e o parecer. Hora de aprender um pouco dessa matéria!

segunda-feira, janeiro 14, 2008

Back to BH

Daqui a exatas 15 horas, estarei embarcando rumo a Belo Horizonte, encerrando assim minhas breves férias no sul.

Cheguei em Porto Alegre no dia 19 de dezembro, fiquei alguns dias em casa, depois fui para a praia (Torres) com minha família, voltei para Porto Alegre no dia primeiro de janeiro, onde estou até hoje. Nesse tempo, reencontrei muitas pessoas, lugares, sensações e impressões que haviam marcado meus primeiros 22 anos de vida. Me sinto um tanto melancólico por tudo aquilo que não reencontrei. Mas ainda terei tempo para isso no futuro (espero!).

Fui na formatura da Economia - UFRGS hoje a tarde. Mais de 50 formandos se apresentaram. A maioria eu não conhecia, e fora uns 5 colegas do meu semestre (2002/1), e uma ou outra lenda do curso, todo o resto era gente mais nova do que eu. Me senti meio velho nessa situação. Mas, todo caso, felicito a todos os formados pela sua conquista: Guilherme, PH, Stefânia, Augusto, Alexandre, André, Eduardo, Guerrinha, Liana, Róber, etc. E felicito também a todos que compareceram ao evento para prestigiar nossos amigos.

PS. O professor da UFGRS, e meu amigo, Ario Zimermann me contou que tomou um capítulo da minha monografia de graduação (Federalismo Fiscal, lembrados?) para ser texto obrigatório de uma cadeira que ele ministra. Será que serei citado em breve?

sexta-feira, janeiro 11, 2008

Férias Acabando

Já é praticamente sábado, e minhas férias em Porto Alegre estão acabando. Confesso que me sinto cada vez mais um verdadeiro "turista" nessa cidade em que vivi por 22 anos, mesmo ainda não me sentindo um cidadão belorizontino.

Revi muitos antigos amigos, mas me lembro de outros que eu não revi, e não sei se algum dia poderei rever... Também pelas ruas da Cidade Baixa vi conhecidos que não me reconheceram. Mas também posso não ter eu mesmo reconhecido uns outros.

Também reencontrei o calorão do verão portoalegrense, o típico "o pior não é o calor, é o mormaço", no qual a umidade do ar (o mormaço, decorrente da evaporação da água do lago Rio Guaíba nos dias mais quentes) potencializa o efeito térmico do Sol nessa época do ano.

Para variar, continuo me atormentando com o que preciso fazer em BH na semana que vem. Inclui, além dos assuntos puramente acadêmicos, mandar arrumar minha máquina fotográfica e comprar um colchão novo, e, se precisar, uma nova estante de livros.

As aulas só vão começar em março, mas minhas férias estão no fim.

sexta-feira, janeiro 04, 2008

Fim da CPMF e suas Conseqüências: um Esboço de Reforma Tributária?

Como já divulgado pela imprensa, o imposto da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras) não foi prorrogado, e deixou de existir na virada do ano. Para cobrir o rombo de 40 bilhões de reais que o corte tributário deixaria nas contas públicas, o governo tomou medidas como o corte de gastos, a elevação da alíquota do Imposto de Operações Financeiras (IOF) e da Contribuição Social sobre Lucros das instituições financeiras.

Uma boa parte dos comentaristas arugmentou que, para a população brasileira em geral, a extinção da CPMF não traria benefício algum, já que seria compensada pelo aumento de outros impostos. Mas, olhando-se para a natureza dos impostos afetados pelo ajuste, pode-se observar que há fatores positivos para a estrutura tributária brasileira.

Em primeiro lugar, a CPMF era um imposto indireto, já que a sua base de arrecadação é um fato econômico, isto é, a movimentação financeira (e não a renda ou a propriedade, características dos tributos diretos). Isso fazia com que todos os cidadãos fossesm contribuintes (já que a maior parte dos brasileiros tem algum envolvimento com transações bancárias, nem que seja apenas para receber salário), e que os produtores pudessem repassar os seus custos com esse tributo para os consumidores, em cada mercado da economia. Ou seja, a CPMF, como todos os impostos indiretos, tinha caráter regressivo, onerando mais os consumidores (via elevação de preços de produtos) do que os produtores, geralmente de maior poder aquisitivo individual.

O IOF, que teve a alíquota elevada, também é um imposto indireto. Contudo, ao contrário da CPMF, não engloba todas as operações financeiras possíveis de serem efetuadas no país. É mais focado em atividades particulares de interesse do governo, tais como as operações de câmbio e o crédito ao consumidor. Na verdade, a IOF é um imposto para-fiscal, utilizada pelo governo não para obter fundos para custeio da máquina pública, mas sim como um instrumento de regulação econômica. Como não está presente em todos os mercados, tal como a CPMF, mesmo que os produtores repassem parte do aumento da alíquota para os consumidores, não tem um efeito regressivo em termos globais na estrutura tributária brasileira.

Por fim, a contribuição social sobre lucro líquido (CSLL) é um imposto direto, cobrado como proporção do lucro líquido das empresas. Funciona como um redistribuidor de renda do contribuinte diretamente afetado para o governo, isto é, não pressiona os custos de produção das empresas, e, por isso, não pode ser repassado ao consumidor. No caso, será elevada a contribuição sobre o lucro líquido das instituições financeiras brasileiras, as quais vêm apresentando lucros récordes nos últimos anos, mas principalmente devido à excessiva concentração do mercado bancário nacional em poucas instituições, que propiciam que as mesmas apresentem um elevado poder de monopólio sobre seus consumidores. Por isso, a elevação dessa contribuição teria um efeito progressivo na estrutura tributária brasileira.

Em relação aos corte de gastos públicos, mais uma vez o público espera que isso se dê na esfera dos gastos de custeio da máquina pública, como gastos administrativos e com pessoal, procurando maior eficiência do setor público. Contudo, é politicamente mais fácil para o governo cortar os seus investimentos, o que teria um efeito muito negativo para a modernização da infra-estrutura nacional, que já apresenta vários problemas, e é apontada como um fator que inibe o crescimento econômico do país.

Ou seja, o fim da CPMF pode ter efeitos sociais e econômicos positivos para o Brasil, independente desta política de compensação escolhida pelo Ministério da Fazenda. Mas isso é apenas uma projeção.

quarta-feira, janeiro 02, 2008

Feliz Ano Novo (Retrospectiva 2007)

2007 acabou. E esse foi o ano mais marcante, provavelmente, da minha vida, já que toda a minha até então eterna rotina foi quebrada, quando me mudei para Belo Horizonte no dia 13 de janeiro. Se não fosse pela ANPEC, e pela bolsa de estudos garantida no Cedeplar-UFMG, certamente nada disso que eu passei teria acontecido.

Como eu já disse, 13 de janeiro foi o dia que mudou tudo. Após passar quase duas semanas em festas, despedindo-me de todos os meus amigos, embarquei para Belo Horizonte nesse dia. Eu não conhecia nada do que me esperava. Tudo o que eu sabia de BH vinha de (bons) comentários de colegas e professores da faculdade (UFRGS) e de mapas enviados pelo correio pela minha amiga virtual Izabela. Também sabia que três ex-colegas da UFRGS estavam fazendo mestrado no Cedeplar (inclusive, foi um deles, o Rubens, com quem divido república, me indicou o curso, no início de 2006).

Cheguei na cidade pelo minúsculo, e agora aposentado, aeroporto da Pampulha, sob uma forte chuva. Peguei um taxi para ir até o hotel no qual eu tinha reserva, e, pelo caminho, uma agradável conversa com o taxista já me deu uma boa noção sobre o povo local. O taxi me deixou no Centro de BH (Praça Sete), já que a rua do hotel estava fechada para obras. Me lembro que tive que pegar minhas duas enormes malas (a de roupas e a de livros), minha mochila e a pasta do DAECA, e correr cambaleando até a porta do hotel, quando fui ajudado pelos seus funcionários.

O hotel Normandy, no qual eu morei de janeiro a março, ficava muito perto da faculdade, era relativamente barato em termos de diárias. Contudo, era muito velho, e isso me fez estranhar minha nova habitação. Peguei um quarto pequeno (júnior), com uma cama, uma escrivaninha, um abajur, um guarda-roupas meio apodrecido, um frigobar barulhento e que vazava água no carpete encardido do quarto, uma pia, um box com chuveiro, o outro box com vaso sanitário. Arrumei minhas coisas e fui procurar um lugar para jantar (eram nove horas da noite, eu acho). O pessoal da recepção me indicou uma pizzaria barata na mesma quadra do hotel, e para lá eu fui (promoção: dois pedaços mais um refri, por 5 reais).

No dia seguinte, um domingo, fui dar umas voltas pela cidade a pé, para me situar melhor. Encontrei um shopping a duas quadras do hotel (Shopping Cidade), localizei a sede da Face-UFMG, onde se localiza o Cedeplar (e, conforme já citei em posts remotos, estranhei a frieza do prédio), e conheci algumas atrações da cidade, como a "Feira Hippie" e a praça da Liberdade. Me lembro que a solidão do Centro de BH em um domingo de verão, em que boa parte da cidade está viajando de férias, assim como sua sujeira intrínseca de Centro Comercial de metrópole, me deu uma impressão um tanto triste da cidade, a qual foi lentamente superada pela minha vivência.

O encontro do Cedeplar foi na segunda-feira, e as aulas começaram na terça. Nesses dois dias, encontrei e conheci meus colegas de pós-graduação, e fiquei animado de não ser o único "perdido" na cidade. Da UFMG, tem o Ulisses, a Sibelle e a Aline; da PUC-MG, tem a Carla; de Uberlândia, vinham o Fabrício e a Fernanda; de Viçosa, tem o Thiago (originário de São Paulo); de Juiz de Fora, veio o Weslem; de Brasília, veio o Tiago; de São Paulo, veio o Eder (originário do Pará) e o Ramón (originário de Vitória-ES); de Maringá-PR, veio o Luiz (originário do interior de MG); de Salvador-BA, veio a Clarissa. Eu, de Porto Alegre, parecia ser o mais distante do grupo, até chegar na reunião, um pouco atrasado, o Alejandro, que veio de Bogotá (Colômbia). Contudo, como o Alejandro já tinha parentes vivendo no Brasil, e em Minas Gerais, eu, com meu sotaque cantado de gaúcho, fui considerado o "mais difícil de entender o que se fala".

Nas primeiras semanas, mais do que o Mestrado em si, o que mais me estressou foi procurar um apartamento em BH. As poucas imobiliárias que tinham opções baratas de apartamentos de um quarto perto do Centro, me emprestavam a chave do imóvel (em troca da minha Carteira de Identidade) e me diziam o endereço, e eu, com meu mapa enviado pelo correio, tinha que procurar por minha conta (e a pé) os prédios. Resultado: eu não conseguia ver mais do que três apartamentos por dia, e todos, sem exceção, eram muito deteriorados, alguns até mesmo de maneira assustadora! Felizmente, em fevereiro, o Bruno, um dos gaúchos cedeplarianos, me avisou que iria abrir vaga na república estudantil dele em breve, e eu aguardei até primeiro de abril, quando me mudei para meu atual endereço, no bairro Cidade Nova.

Minha vida social em BH teve uma explosão, um pico e uma queda. Durante um bom período do primeiro semestre, eu saía para conhecer os famosos bares e botecos da cidade com minha amiga (já não virtual) Izabela, quase todos os fins-de-semana. Contudo, a partir de abril, quando meu "inferno acadêmico" começou, acabei perdendo toda a minha disposição para sair, e acabei me tornando recluso em meu estudo. Eu senti que muitas pessoas começaram a me achar antipático e rabugento, inclusive eu próprio (!). Mas sei que isso foi uma conseqüência natural do acúmulo de compromissos acadêmicos, que se estenderam até julho, no final do semestre. Eu postei alguns detalhes mais curiosos sobre os botecos de BH anteriormente.

Minha bolsa (fundo estadual, a FAPEMIG) só foi sair em maio. Pelo menos, sei que vai durar até maio de 2009, ou seja, mais tempo para acabar a dissertação! Quando saiu a bolsa, imediatamente, fui jantar em um restaurante bom em um shopping perto de casa. E, a partir daí, comecei a gradualmente mobiliar meu quarto, com móveis usados comprados em lojas do "cluster" localizado na Av. Silviano Brandão. Primeiro uma escrivaninha, depois uma cadeira, depois a cama, e em agosto, comprei a estante de livros. A bolsa aliviou bastante meu "stress financeiro".

Agora, falando do Cedeplar. Em uma primeira impressão, achei o curso bastante corrido e complicado. No nivelamento, tive uma cadeira de Estatística, utilizando o manual vigente na Universidade de Illinois, e Economia Matemática, utilizando o livro de Análise Real (do Elon) e o Simon & Blume de Cálculo quase inteiros! Tive muita dificuldade na parte de Análise Real (e recebi um post desaforado sobre isso, no início do ano) e na estatística de máxima verossimilhança. Contudo, consegui superar e fiquei com A nas duas cadeiras. No início do semestre, em março, tive cinco cadeiras, sendo que as três principais eram bastante puxadas (Micro, Macro e Econometria). Mas o meu "inferno acadêmico" começou uma semana depois da Páscoa, a partir da qual tive uma prova por semana, todas as semanas até o final do semestre! E o conteúdo de cada prova era de um tamanho tal que eu conseguia tirar, no máximo, uma noite ou duas por semanas para dormir um pouco mais, já que nos outros dias, minha jornada de estudos passava das duas da manhã (sendo que eu acordava todo dia às 7 e 20), e nas vésperas das provas, não ía para a cama antes das 4 da madrugada. E as provas eram intercaladas com relatórios de Econometria e resenhas de Macroeconomia, além de listas de exercícios, o que potencializava a pressão. Mas, felizmente, e o melhor, surpreendentemente, fui bem em quase todas as cadeiras que eu fiz (menos Econometria, que ainda não acabou!).

No segundo semestre, só tive uma prova. Isso me deu tranqüilidade nos primeiros dois meses de curso. Mas, a partir de outubro, começaram a estourar os prazos de entrega de trabalhos, e eu senti a pressão novamente. Contudo, nada que se compare ao semestre anterior, e boa parte do acúmulo de tarefas vem do fato de eu ter me matriculado em 7 cadeiras (equanto que alguns colegas meus só pegaram umas 3). Mas, ainda estou levando, já que os prazos são bastante longos, e eu tenho até o final de fevereiro para entregar os últimos trabalhos. Escrevi dois artigos, um sobre o uso de modelos hierárquicos para investigar o impacto de políticas de assistência social sobre a freqüência à escola por parte das crianças das famílias beneficiadas, a partir de dados do POF, e o outro sobre a contribuição de Imre Lakatos para a metodologia da economia neoclássica. E o meu terceiro artigo, sobre o uso de dados em painel para estimar a lei de Thirwall na América Latina, virá em breve, eu espero. Tomara que me rendam benefícios acadêmicos futuros.

Como esse ano foi de muito estudo, acabei não conhecendo novas cervejas e charutos, dos quais eu sou apreciador. Nos botecos de BH, a cerveja é ou Skol, ou Brahma. Em alguns lugares mais refinados servem Bohemia. Charutos, ninguém fuma por lá, e é quase impossível encontrar lugares que vendem. Apreciei só os Phillies Titan (folhados com Chocolate) que eu levei de POA para lá. Discos de rock baratos são igualmente difíceis de encontrar por lá. A cidade tem uma galeria só de artigos de rock (discos, comisetas e tudo mais), mas os seus preços não são nada animadores. Fiz algumas aquisições interessantes (como o "Nightfall in Middle Earth", do Blind Guardian, por 10 reais), mas todas nas Lojas Americanas. O melhor disco do ano, para mim, foi o Technical Ecstasy, do Black Sabbath, que eu comprei na Multisom do Iguatemi (POA) nas férias de julho.

Aliás, se o meu primeiro semestre foi um dos mais estressantes da minha vida, as férias de julho foram ótimas. A minha turma do Cedeplar fez um churrasco muito legal de despedida, e os reencontros que eu fiz em Porto Alegre foram muito (mas muito mesmo) divertidos.

Sobre o segundo semestre, ainda não posso tomar conclusões simplesmente porque ainda não acabou. Tenho uma lista de exercícios, um "parecer" e um artigo para entregar. Mas, pelo menos, 5 das 7 cadeiras já acabaram.

Vamos ver o que 2008 me (ou nos) reserva!

PS. Em breve, faço um post mais acadêmico sobre os meus aprendizados em 2007.